Nina Rosa 23rd May 2018

Filhotinha querida, minha Lilica amada, dia 20 deste mês, eu não te escrevi, no dia 21 escrevi, chorei muito, mas antes de terminar a internet caiu e quando voltou eu tinha perdido tudo o que escrevi. Filha querida, filhinha amada, desde sábado 19 de maio eu planejei escrever, deixar aqui registrado mais uma vez tudo o que eu sinto, tudo o que se passa no meu coração na minha alma. Querida, minha querida lembrei-me desde cedo do dia do seu casamento, seria o décimo setimo ano do seu casamento, daqueles momentos mágicos que vivemos juntos, felizes, alegres, curtindo a sua alegria e a sua felicidade. Levantamos cedo, fui levá-la até São Paulo onde você fez o Dia das Noivas, fomos conversando e eu com o coração um pouco apertado porque querida tanto ficar muito com você, mas não foi possível. Deixei você lá, passei no Espaco 13, local da recepção para ver os preparativos. Vim para casa, liguei para a Tia Méia para saber se estava tudo em ordem com a Vó Nora, fui até a Vó Euthália ver se estava tudo ok. Fui buscar o seu bouquet e o levei a casa da Tia Leila, que foi te buscar para te levar para o igreja. Voltei para casa, tomamos banho, a Lourdes chegou para nos arrumar, as horas voavam e passavam devagar, sentimentos contraditórios não? A tarde estava um pouco fria quando saimos para nos dirigirmos para a Igreja Metodista Central, lá na Liberdade. Chegamos lá, a igreja já estava linda, enfeitada. Aos poucos as pessoas foram chegando, lindas, arrumadas, todas amigos queridos com quem queríamos dividir este momento tão feliz. O Luis chegou com os pais e o irmão, seus padrinhos e os dele e pouco depois você chegou, linda, lindíssima filha, que alegria, que orgulho meu Deus, seu rosto mostrava a felicidade que você sentia e eu fiquei também mais feliz. Você teve que esperar um pouco porque o Pastor Oswaldo se atrasou. Enfim tudo pronto, casamento iniciado, meu coração parecia explodir e a emoção tomou conta de mim. Quanto privilégio Senhor! Cerimonia finda, as quatro avós, sentadas em um banco especial ali na frente foram abraçar vocês, foi um momento lindo e especial. Saímos para o salão, para a festa. Festa finda ajudei você a trocar de roupa pois eu deveria devolver o vestido alugado na segunda feira dia 21. Vocês sairam para o Hotel pois só viajariam para Washington no dia seguinte. Viajaram, passearam, na volta almoçamos juntos para escolher as fotos do album. Lembro-me bem do tempo passando, os primeiros desencontros normais de casal, a luta para a compra do seu apartamento, o concurso em pleno domingo de carnaval, a saída do IPT e vida que segue. Aí filha veio o dia seguinte, dia 20, mais um dia 20 longe fisicamente de você o nonagésimo terceiro mês de dor, sofrimento e principalmente de SAUDADE, saudade imensurável, saudade doída, triste. Fui ao cemitério, orei por você, chorei muito de novo, pedi perdão a Deus por tudo, pedi para Ele que te recebesse para a eternidade, que te perdoasse por tudo, pedi para a vovó que também esta lá cuidar de você, para ela e para a vovó Nora também. Pedi que elas enviassem suas bençãos para nós, papai, Maga e eu. Me despedi de você e fui até o túmulo do Ricardo, filha da Maria Alice Zulli, minha amiga querida, que também sofre como eu a partida precoce dele. Conversamos um pouco, vim para casa e a noite fui para a Igreja. Como sinto sua falta meu bem! O Pastor, é novo, pediu que nos abençoássemos e uma seminarista nova saiu lá do altar e veio nos últimos bancos onde eu e o papai estávamos para nos abraçar e orar por nós. Eu sei que o Senhor a enviou lá para nos abraçar e abençoar, eu sei que Ele está conosco, embora a minha tristeza seja muito, muito grande ainda. Filha o que eu mais desejo é que você descanse em Paz junto ao Senhor, que você seja muito feliz ao lado dele e que Ele na sua misericórdia infinita permita que possamos estar novamente juntas, juntos como família que se ama, quando Ele assim determinar, para que não sintamos mais dor e nem saudade. AMO VOCÊ MINHA LILICA QUERIDA, TE AMAREI ENQUANTO EU RESPIRAR FILHOTINHA QUERIDA.