Nina Rosa 12th April 2015

Minha LILICA amada, filhotinha querida, mais um dia 12 e junto com ele as lembranças daquele dia 12 de agosto de 2010. Dia mais triste e sofrido da minha vida, primeiro porque senti uma opressão, um medo muito grande enquanto estava a sua espera para irmos para o Hospital, chorei muito, pedi ao papai para orarmos juntos por você, pela sua cirurgia que até então eu acreditava simples, uma vez que a vovó e o papai haviam feito esta cirurgia da forma tradicional, os dois tinham muito mais idade que você e tudo correra bem. Oramos muito, eu fui me acalmando até você chegar e nos dirigirmos ao Hospital. Lembrei-me também da noite anterior, quando estivemos juntos até por volta das 23:30h,você, o papai e eu, quando fomos leva-la para a entrevista da Uninove da Barra Funda. Voltamos rindo, brincando, o papai pedindo a você para ajuda-lo nas traduções dos hinos que estavam no DVD do carro. Lembrei-me de que a tinha visto de longe vir ao nosso encontro após a entrevista, linda, altiva, com aquele casaco preto do qual eu gostava muito, pois achava que você ficava linda com ele. Você chegou perto de nós, estava uma noite bem fria, colocou sua mão em meu ombro e me disse: programa de índio hein mãe, e eu respondi faremos um programa bem gostoso depois. Tomamos um café, e saímos para leva-la e ir para casa de onde ligamos avisando que tínhamos chegado como você pedira. Só Deus sabia que seria este nosso último passeio, nossos últimos momentos de alegria juntos. Você foi para a sala de cirurgia por volta das 13;30H, próximo as 16h o Dr. Paulo Milton veio falar conosco para dizer que tudo correra bem e que dentro de 1 hora e meia mais ou menos você já estaria no quarto. O papai levou o Luis para almoçar e eu fiquei aguardando. Passou-se mais ou menos 20 minutos e chamaram um familiar seu, ao adentrar o corredor e ver de longe o seu médico, deduzi pela sua expressão que algo anormal ocorrera, mas nunca, nunca amor querido, naquela fração de segundos sonhei com a gravidade do ocorrido. Filha querida, chorei, implorei, jejuei, muitas pessoas se uniram a nós no circulo de orações que se formou, composto inclusive por pessoas que não a conheciam pessoalmente, mas de nada adiantou no dia 19 as 17:30h veio a noticia fatídica, você estava em morte cerebral. Meu mundo desabou, minha vida perdeu o sentido, tudo para mim tornou-se incolor e esta dor imensa, aliada a uma saudade que as vezes é desesperadora me acompanhou e acompanha, desde que a levamos para sua ultima morada no dia 20/08, ao lado da sua avó. Essa tem sido amor querido a minha via crucis de lá para cá, orar, orar muito por você, chorar, falar com você, abraçada a sua blusa laranja com a qual eu tanto sonhei vê-la vestida para deixar aquele hospital. Peço meu bem querido por você, peço ao Senhor que lhe dê a sua Paz o seu Descanso Eterno, a honra da Vida Eterna que era no que você acreditava, pois todas os seus objetos tinham escrito, SÊ FIEL ATÉ A MORTE E DAR-TE-EI A COROA DA VIDA. Este versículo bíblico acompanha sua foto postada na sua ultima morada terrena. Filha quantos sonhos, quantas esperanças, quanta luta, quanto orgulho pela filha que você foi, pela mulher em que se tornou, pela profissional, responsável e dedicada, enfim por tudo o que você foi aqui eu agradeço todos os dias ao Senhor, e a você a minha gratidão por ter me feito feliz por 34 anos, pouco tempo sim, mas eu tenho o privilégio de ter sido, ser hoje e serei sempre sua mãe, sua mãezuca, sua mãezuqinha como você carinhosamente me chamava. Amo você, sinto muito, muito a sua falta, mas desejo que você esteja bem ao lado do Senhor nosso Pai, feliz para sempre.