Filhotinha querida, minha Lilica amada, hoje dia 02 de Junho vou tentar reescrever para você o que escrevi dia 31 de maio, último dia do mês de maio. Neste mês se você aqui estivesse completaria 18 anos de casada. Tantas lembranças me vieram a mente neste último dia do mês. Lembranças alegres, lembranças de momentos felizes, de curtição, desde as provas do seu vestido e dos nossos, meu e da sua irmã até a preocupação e a checagem do bufet escolhido para a recepção porque eu tive durante os meses que antecederam a cerimonia uma preocupação grande que algo não desse certo. Os preparativos para a cerimonia, o ensaio, o roteiro do casamento para todos, o mapa da localização da Igreja Metodista Central na Liberdade, do estacionamento e o roteiro do caminho para o Bufet Espaço 23. No dia 19 fui levá-la até o local onde você fez o dia da noiva, confesso que um pouco decepcionada, porque queria muito ficar mais tempo com você. Deixei você no salão, passei pelo bufet, chequei a ornamentação da igreja e o seu buquet e vim para casa. Quando cheguei chequei também se estava tudo certo com sua avós e aí fui pensar em nós aqui em casa. A Lourdes nos atendeu com cabelo e unha e foi se arrumar para acompanhar a vovó Euthália na cerimonia. O dia passou rápido, fui buscar o buquet levei para a Tia Leila que a conduziria à igreja junto com o Danilo e vim me vestir. Nos aprontamos e fomos para a igreja, estava um fim de dia meio frio mas nem me dei conta disso. Padrinhos, convidados a postos e você chegando, linda filha, muito linda mesmo, me emocionei muito e você precisou aguardar no carro porque o Pastor Oswaldo se atrasou um pouco. Cerimonia também muito bonita, foi difícil conter as lágrimas, principalmente vendo o Luis chorar muito durante a cerimonia. Finda a mesma, após abraços, bençãos beijos de pais e padrinhos, algo não ensaiado aconteceu e foi muito lindo, as 4 avós que estavam sentadas em local reservado se levantaram e dirigiram-se a vocês para abençoá-los, abraçá-los e beijá-lo saindo pelo corredor central, foi emocionante mesmo. Chegando no salão as horas voaram, eu ajudei você a trocar o vestido para ir para o hotel onde ficaram até a manhã seguinte quado embarcaram para Washington. Eu não me lembro o dia que voltaram acho que foi dia 2 ou de junho, para encaram a vida real, o trabalho, o compartilhar de um mesmo teto. Foram dias felizes, dias mais atribulados, mas vocês foram aos poucos aprendendo o que é verdadeiramente um casamento. Em 2005, 4 anos depois surgiu para você a oportunidade de fazer um estágio de 3 meses pela JICA, entidade japonesa, representando o Brasil e lá se foi você para uma nova etapa de vida. Nossa vida seguiu, cada aniversário ou data comemorativa íamos ao Outback do Shopping Anália Franco na véspera para comemorarmos juntos. Mudanças no IPT, você deixou a sessão de barragens e foi para a de solos, tudo caminhando, você passou também a dar aulas na Universidade Anhembi Morumbi a noite para ajudar a realizar o sonho do imóvel próprio. Muitas lutas mas Deus na sua generosidade preparou o caminho e enfim surgiu a chance da compra do apartamento na Wenceslau Brás. Outras lutas, para reformá-lo e deixá-lo como vocês desejavam e ele ficou realmente lindo. No carnaval de 2010 você se mudaram para lá e nem sonhávamos no que aconteceria. Crises de dores abdominais, diagnóstico de cálculos vesicais, cirurgia necessária, problemas no IPT que culminaram com a sua saída e da Márcia de lá. Choro, susto grande, um congresso em Lisboa pela frente e lá se foram vocês sem saber que esta seria a sua última viagem filhotinha querida. Na volta depois de uns dias, novas crises, cirurgia finalmente marcada para o dia 12 de agosto. Iniciava-se neste dia a minha desventura, o carregar a minha cruz que dura até este momento. Cirurgia realizada, médico veio nos avisar e ficamos aguardando sua volta para o quarto, mas isso não aconteceu. Seu pai levou o Luis até o shoping para almoçar e eu fiquei, fiquei para receber a triste notícia, você tivera uma arritmia forte e que evoluíra para uma parada cardíaca prolongada e em coma induzida foi levada para a UTI. Meu Deus que dor, que desepero, campanhas de oração durante uma semana mas o Senhor decidira diferente do que pedíamos e na manhã do dia 20 de agosto você nos deixava para sempre, para todo o sempre. A partir daí filha querida, Lilica amada você vive na nossa lembrança. no nosso coração que se tornou triste, sofrido por estar separado de você para sempre. Filha,filhotinha querida eu não sei expressar o tamanho desta, dor, deste sofrimento, o vazio que ficou em nossa vida e o quanto temos implorado misericórdia e perdão a Deus, porque ainda não conseguimos superar esta situação. Lilica, minha Lilica amada, querida, pedaço da minha vida eu só sei com certeza de uma coisa AMO VOCÊ te AMAREI enquanto eu viver e sonho, sonho filha que o Senhor fará com que nos reunamos todos como família para vivermos juntos para todo o sempre sem dores e sem sofrimento meu bem. Com todo o amor e carinho, cheia de saudade, sua mãezuca, sua mãezuquinha como você carinhosamente me chamava.